[coluna] Revisitando um clássico – por Fernando Melo
Nesta sexta, (9), por volta de 22h poderemos revisitar ou reeditar, 9 anos depois, a luta entre Lyoto Machida e Ryan Bader. Um carateca clássico e um wrestler (luta garrada), o duelo de estilos que remonta o início do esporte.
O mais curioso sobre esse casamento é que ainda tenho claro na memória o desfecho da primeira! Estava eu, um grande amigo e seu pai, sentados assistindo “O Dragão”, que como sempre usou sua movimentação elusiva e contra golpes para tomar dianteira do combate. Ryan Bader, impaciente por não conseguir achar o adversário, tentou partir pra cima com muita agressividade, dando de encontro com a direita do brasileiro. Um nocaute brutal ainda no início do segundo round e com a marca de Lyoto Machida. Golpe de encontro, fortíssimo!
De lá pra cá Lyoto fez 15 lutas (8 vitórias e 7 derrotas) e Ryan Bader 17 (13 vitórias, 3 derrotas e 1 luta sem resultado). Bader saiu do UFC 4 anos após a derrota para Lyoto e se tornou duplo campeão (meio pesado e pesado) do Bellator, ou seja, viveu o auge de sua carreira longe dos grandes holofotes do UFC, o que faz com que muitos duvidem de sua real capacidade.
Ryan Bader tem além do momento ao seu favor, o tempo! Lyoto já está com 42 anos, e o relógio não costuma ser amigo nesse esporte, muito pelo contrário. Bader com 37 anos também não é garoto, porém tem sim a vantagem física sobre um homem que já passou dos 40 (menos se esse homem for Daniel Cormier ou Yoel Romero). Outro ponto curioso é o encaixe técnico, pois Bader evoluiu absurdamente para chegar a dois cinturões e definitivamente não é o mesmo lutador que caiu em 2012. Já Lyoto, infelizmente não mostrou mudanças em suas últimas apresentações.
Calma! O brasileiro sabe disso e convocou para seu treinamento um dos melhores técnicos de Karatê voltado ao MMA do Mundo, Mano Santana. Mano já foi 7x campeão brasileiro de Karatê, 7x Mundial, 1x Coach de MMA do Ano e coleciona alguns outros títulos em sua estante. Santana é o homem por trás da evolução em pé de dois monstros, Patrício Pitbull e Henry Cejudo, incorporando no jogo de dois baixinhos o Karatê e não por acaso os tornando perigosíssimos em pé. Essa aqui é a luz não só para o brasileiro como para quem torce por ele, se Lyoto conseguir mesclar seu Karatê tradicional com a modernidade do Karatê de Mano Santana, a idade poderá ser apenas um número. Revisitaremos o clássico ou a história será reescrita? Hoje, às 22h, na ESPN.
Perfil
Fernando Melo é Internacionalista, pesquisador, fã assíduo de esportes e há 11 anos acompanha tudo sobre Artes Marciais Mistas (MMA). Apreciador de música, política internacional e jogos eletrônicos, assina a coluna de Esporte no portal Café com Notícia.