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Saiba por que a saúde bucal deve fazer parte do pré-natal da gestante

Especialista em Odontologia da Anhanguera explica que doenças gengivais podem ter relação com parto prematuro

Considerado um momento extraordinário na vida da mulher, a gravidez gera transformações físicas, emocionais e hormonais na gestante. É nessa fase que o acompanhamento médico da mãe e do bebê é primordial para garantir uma gravidez saudável. Conhecido como pré-natal, esse período é marcado por uma série de exames preventivos que antecipam possíveis complicações e, entre todos os cuidados, como ultrassonografias e vacinação, mas a saúde bucal também deve estar no processo.

De acordo com a dentista e coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, Manuella Lamarão, a cartilha de Saúde Bucal da Gestante, do Ministério da Saúde, informa que os cuidados com a futura mãe e do recém-nascido, denominado como pré-natal odontológico, previne o surgimento de doenças bucais e é fundamental no desenvolvimento do paladar saudável do bebê.

 “A ausência de cuidados com a saúde bucal da paciente pode provocar um parto prematuro ou o nascimento do bebê com baixo peso. “Algumas doenças bucais podem aumentar o risco de complicações na gravidez, por isso a importância do pré-natal odontológico e os cuidados com uma dieta balanceada e zero açúcar nessa fase gestacional”, explica Manuella Lamarão.

A avaliação odontológica deve ocorrer conforme solicitação do médico responsável pelo acompanhamento do pré-natal. A docente da Anhanguera explica que, na consulta, a mulher deve apresentar a caderneta da gestante atualizada. Nesse documento, constam todas as informações sobre a condição de saúde da paciente, principalmente, o campo sobre saúde bucal, que deve ser preenchido pelo dentista com os possíveis tratamentos odontológicos.

A seguir, Manuella Lamarão elenca as principais alterações causadas na cavidade bucal, durante a gravidez, e que merecem atenção da futura mamãe: 

  • Doenças periodontais:
    • Como a gengivite, têm como maior fator de surgimento o aumento dos hormônios e a diminuição da resposta imunológica. Esse problema é causado pelo acúmulo de bactérias nos dentes, formando a placa bacteriana e irritando a gengiva. Essa inflamação causa sangramento, inchaço e, em alguns casos, dores no momento da escovação e ao passar o fio dental.
    • A falta de tratamento e acompanhamento especializado pode gerar complicações na gestação, como o parto prematuro e ter relação com o baixo peso do bebê. Portanto, ao contrário do que se imagina, a mulher deve seguir com a higiene bucal e uso diário de fio dental, realizar visitas ao dentista de forma periódica e, introduzir alimentos que contribuam para a saúde dos dentes, como frutas, folhas escuras e peixes.
  • Cárie:
    • Ocorre devido à má escovação junto ao consumo excessivo de açúcar, causando dor, desconforto e mau hálito. Geralmente, a mulher deixa de priorizar essa etapa de higiene pessoal em decorrência das náuseas. Por isso, é recomendado substituir a escova por um tamanho menor e, em alguns casos, também vale trocar o creme dental para um sabor que seja mais suave.
  • Vômito ou náuseas:
    • São comuns até o terceiro mês de gravidez e, em algumas mulheres, os sintomas podem persistir até o final da gestação. Nesse caso, o vômito pode causar consequências na cavidade bucal, provocando acidez na região da boca nesse período. 
  • Erosões dentárias:
    • Em decorrência de episódios de vômito/refluxo e do consumo de alimentos ácidos ou industrializados. A acidez do líquido do estômago pode danificar a superfície dos dentes, afetando sua estrutura. Em qualquer um desses casos, após a ocorrência ou ingestão de alimentos, é necessário escovar os dentes e, se possível, fazer um bochecho com enxaguante bucal.

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