Formado por 20 mulheres, o projeto ‘Garotinhas solidárias’ realiza ações sociais, há cinco meses, com pessoas em situação de vulnerabilidade em Macapá. A professora e criadora do grupo, Neves Amanajás, 61 anos, relata sobre o surgimento da ideia e dos trabalhos realizados até o momento.
“Eu sou paciente oncológica, e durante o tratamento me apeguei com Deus, disse que se eu vencesse o câncer iria fazer alguma coisa boa para ajudar quem precisa. Já realizava trabalho social em outros grupos, como o Musicoterapia e o das Andorinhas. Criei o ‘garotinhas solidárias’ com mulheres de todas as idades e profissões. Quando me falam que alguém precisa conversar com um psicólogo, nós acionamos as meninas do grupo para realizar a consulta, às vezes alguém só precisamos de uma palavra amiga”, diz Neves.
“Quando as restrições por conta da pandemia começaram, falei com as meninas que precisávamos ajudar as pessoas, mesmo não podendo sair de casa. Auxiliamos mulheres moradoras de rua com kits de higiene contendo: absorvente, álcool, desodorante, escova, creme dental e até batom e esmalte”, conta Neves.
Nesse momento, o projeto está acompanhando uma mulher vítima de relacionamento abusivo. Aline Oliveira, 35 anos, é trabalhadora autônoma e perdeu tudo após ter sua casa incendiada pelo ex-companheiro no loteamento Parque dos Buritis, zona Norte da capital.
“Conheci um rapaz nas redes sociais, aluguei uma casa e nos relacionamos durante três meses, logo tudo virou uma relação abusiva. Sofri agressão psicológica, ele dizia que ia me matar e colocar fogo na casa em que morávamos caso eu não conversasse com ele, no dia 19 de fevereiro eu saí de casa. No domingo, por volta de 00h, minha filha ligou dizendo que ele cumpriu as ameaças. Perdi tudo, todas as minhas coisas viraram cinzas”, diz Aline com tristeza.
Segundo dados divulgados pela Conferência das Nações Unidas, a pandemia causada pelo novo coronavírus, causou aos países menos desenvolvidos do mundo, o pior desempenho econômico em 30 anos, e pode levar até 32 milhões de pessoas à pobreza extrema.