Compondo uma das três essências das artes cênicas, a dança está presente em todas as culturas da sociedade. O ritmo e a coreografia abrangem inúmeros gêneros, estilos e tradições que estão em constante transformação. O fato é que de qualquer modo, seja ela recreativa ou sagrada, a dança existe em todas as suas formas de propósito social. No Amapá, o educador físico e instrutor de dança, Ricardo Marinho, está popularizando a dança de salão em todos os municípios do estado.
Ricardo também é funcionário público, mas explica que as aulas de dança foram muito prejudicadas por conta da pandemia. “Ficamos impossibilitados de ir trabalhar, assim elaboramos o projeto ‘Compasso pelo interior’ que tem como objetivo a formação e capacitação de instrutores de dança de salão em todos os municípios do estado, sem custo nenhum para os moradores das comunidade, que muitas vezes tem a vontade de fazer um curso e não possuem condições de se deslocar até a capital”, diz.
“Além disso, temos a oportunidade de conhecer melhor o nosso estado e suas belezas naturais, seu rico ecossistema, assim como as carências estruturais da cultura no interior. Acreditamos que estamos fazendo a nossa parte, compartilhando do nosso prazer em ensinar e formar profissionais que amam a dança e a cultura em geral”, finaliza o instrutor.
Aqueila Barbosa, 33 anos, é professora e moradora do município de Calçoene, a 374 quilômetros de Macapá. Aqueila relata sobre a oportunidade que o projeto oferece às pessoas. “Eu sempre fui envolvida com a dança desde muito nova, participo aqui no nosso município, na associação dos remanescentes do quilombo do Cunani, onde já trabalhamos com jovens e adolescentes a cultura do local. Quando o professor Ricardo entrou em contato conosco para participar desse projeto com ele foi maravilhoso, porque nunca tivemos oportunidade de fazer um curso de dança com um profissional”, conta.
A dança é uma atividade física com vários benefícios e sem contra indicações, dependendo do biotipo da pessoa em uma hora de dança de salão é possível queimar entre 300 a 500 calorias. A prática melhora a autoestima, ajuda na socialização e no combate a depressão.