Policiais Federais denunciam interferência política na instituição
Em entrevista ao Café, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Amapá, Augusto Almeida, acusa o Governo Federal de descaso e explica como o Ministério da Justiça exerce o controle político das ações da PF. O sindicato batizou o primeiro protesto, que ocorre nesta quinta-feira, 25, de “Proibido Peixe Grande”.
De acordo com Augusto, agentes políticos importantes estariam sendo protegidos de investigações pelo Ministério da Justiça. “Por mais absurdo que pareça, ultimamente só estamos pegando peixe pequeno. Acreditamos que estamos sofrendo uma espécie de castigo, punição, justamente pelas operações importantes que já fizemos”, disse.
No manifesto, assinado pelo sindicato, os policiais denunciam que desde o final de 2013 está vigorando um formulário de dados cadastrais das operações de inteligência, que apresenta um novo campo, de preenchimento obrigatório, onde agentes federais precisam informar se dentre as pessoas investigadas, existem pessoas de evidência política (pessoas politicamente expostas), contendo inclusive o nome delas.
Afirmam ainda, que pessoas ligadas a figuras públicas importantes também devem ser mencionadas e que esse filtro permite que o Governo Federal, através do Ministério da Justiça, tenha acesso aos nomes investigados muito antes da deflagração da operação. Ouça aqui.
Aqui no Amapá, o sindicato da categoria organiza ato “Controle Político da PF – Proibido Peixe Grande”, nesta terça-feira, 25, na Praça da Bandeira e novo protesto marcado para amanhã, 26, na sede da Receita Federal, onde vão denunciar o abandono da fronteira.