Pesquisa aponta características do mercado de alimentação fora do lar em Macapá
Por Sandro Bello, Turismólogo
Comer fora do lar é cada vez mais frequente no dia a dia do macapaense. O mercado de alimentação fora do lar na capital cresceu, a diversidade de refeições, lanches, petiscos, doces e bebidas evoluíram em qualidade e diversidade, agradando a diversos tipos de clientes, gerando emprego e renda, e beneficiando a cadeia produtiva de alimentos prontos.
Foi pensando nessa evolução que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amapá – Abrasel/AP, participou de uma importante pesquisa do mercado de turismo, o Censo do Turismo 2018, que identificou, quantificou e levantou o potencial do mercado de turismo em Macapá, e na atividade gastronômica, identificou as características e tendências desse mercado para propor ações mais assertivas para potencializar o índice de competitividade e a tomada de decisões por parte dos empresários.
De acordo com o levantamento, que contou com o apoio de entidades do setor de turismo local, o mercado consumidor macapaense possui cerca de 133.285 pessoas com hábito de consumo de alimentos prontos fora do lar, ou seja, 27% da população. Um crescimento de 3% comparado ao último levantamento. Percentual ainda abaixo da média nacional que é de 34%, e da média americana e europeia que chega a quase metade de suas populações, 49%.
O tipo de negócio do setor, mais comum em Macapá, são os restaurantes, 58%. Os de comida por quilo (self service) representam 40%, à la carte com 36%, delivery com 10% e os demais com mais de um modelo de negócio. As lanchonetes são o segundo tipo de negócio mais comum com 34,8%. Os proprietários costumam adaptar o negócio de acordo com as preferências e necessidades dos clientes, como foi a adaptação de alguns negócios para as chamadas hamburguerias e docerias. Em relação ao tamanho da equipe, nota-se que a maioria conta com uma equipe pequena, visto que 45% possui de 1 a 8 funcionários. Apurou-se que a mão de obra ocupada no setor no período do levantamento, superou os 15 mil postos de trabalho na capital, e que 37% dos negócios do setor ainda são informais.
O ticket médio do grupo entrevistado foi de R$ 49,50, ou seja, esse é o valor médio de compras de seus clientes, sendo que 50% das empresas apresentaram um ticket médio acima dessa média.
O cenário de gestão e planejamento estratégico aponta que os principais pontos fortes identificados pelos próprios gestores deste segmento são: produtos de qualidade (22,9%); marketing (16,6%) e localização (13,5%), assim como pessoas (26,2%); gestão empresarial (21,3%) e cadeia de suprimentos (14,7%) como pontos fracos. As principais oportunidades são eventos, festivais, feiras e concursos (20,4%), apoio institucional do sistema S e outros; empatado com tendência gastronômica e rede de relacionamento com 14,3%; enquanto que as ameaças são a conjuntura macroeconômica (21,4%), inflação de matéria prima e insumos (19%) e concorrência (14,3%).
Quanto ao hábito de consumo por tipologia de empresas, o grupo de consumidores entrevistados apontou o seguinte comportamento: 34% da população costumam comer em restaurantes à la carte, 22% nos de comida por quilo (self service), 17% em lanchonetes, 14% em bares e botecos, 9% em pizzaria, 10% nas chamadas hamburguerias, 14% em padarias, 5% em churrascarias, 1% em cafeterias, 17% em franquias de fast food e 3% em ambulantes (informais).
A pesquisa apontou em 25% o percentual de gasto da população com alimentos prontos fora do lar, com base na renda mensal dos entrevistados. Crescimento de 1% em comparação ao levantamento realizado pela entidade em 2017.
Em 2018, as receitas geradas pelo setor advieram 3% (R$ 9.126.162,67) por parte de pessoas em transito (turistas), hospedados em meios de hospedagens em Macapá, e 97% do consumo gerado por residentes (R$ 295.079.259,73), chegando a um montante de R$ 304.205.422,40. Cerca de 2,2% do PIB do estado, abaixo da média nacional de que é de 2,8%.