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“Passou 1 ano e as pessoas cansaram”: as consequências do avanço da pandemia pela Covid-19

A live "1 ano de pandemia no Amapá" aconteceu na manhã desta sexta-feira, (12) - Foto: Max Renê

Na véspera de completar 1 ano da pandemia no Amapá, o ex-prefeito de Macapá, Clécio Luis, reuniu com especialistas que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. A live aconteceu na manhã desta sexta-feira, (12) e levantou aspectos da mudança de cenário no avanço do número de infectados e das consequências psicossociais enfrentadas pela população.

Foto: Divulgação

O primeiro caso suspeito foi de uma mulher de 36 anos, detectado no dia 13 de março de 2020, no entanto a confirmação aconteceu apenas no dia 20 do mesmo mês. O exame positivo foi analisado no Instituto Evandro Chagas, em Belém-PA, até então, o Amapá não tinha nenhum laboratório credenciado para fazer a detecção do vírus.

Clécio diz que o objetivo da transmissão não era de fazer nenhum tipo de balanço ou apontamento, mas sim mostrar a mudança nos hábitos da população e tentar ao máximo conscientizar as pessoas da importância de manter os cuidados.

“Confirmei os valores e vi, de fora, o quanto é nocivo essa polarização em qualquer tipo de ambiente. Politizar a vacina é muito ruim e isso aconteceu desde o primeiro momento. Vivemos um período da história que ninguém vai esquecer, afirma.

A psicóloga Isadora Canto fala sobre a importância do acolhimento durante esse período difícil – Foto: Max Renê

“Todo esse trabalho foi feito para acalentar. Nós estávamos aprendendo também a como lidar com tudo isso. A psicologia foi fundamental nesse processo de acompanhamento, principalmente nos hospitais. Quando falamos de esperança não é sobre voltar a ser como era antes, mas aprender maneiras de caminhar, um dia de cada vez, com as nossas feridas e cicatrizes. A forma de acolher quem está em casa é uma, a de acolher quem precisa sair e trabalhar é outra, são duas coisas diferentes”, explica a psicóloga Isadora Canto.

Lá atrás a gente tinha esperança vendo a vacina chegando. Hoje, com a vacina, nós não estamos satisfeitos vendo os dados das pessoas que continuam morrendo

No Brasil, mais de 11 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, e quase 300 mil pessoas morreram vítimas da Covid-19.

A profissional, que continua atuando no acolhimento dos pacientes, reforça a importância de gestores preocupados com a saúde da população, principalmente em situações extremas como a da pandemia. “Somos importantes na nossa história, somos importantes para alguém. Quando colocamos um representante que diz ‘você importa’, mostramos para a sociedade que estamos fazendo isso por eles”, conclui.

 

Vacina sim, proteção também!

Ana Chucre, integrante do Comitê Médico de Combate à Covid-19 no Amapá, expôs as dificuldades de conscientizar as pessoas de que a pandemia ainda é uma realidade.

“Saber internar na hora certa e enfrentar com medidas de prevenção também é tratar precocemente. As pessoas não entenderam, aqui no Brasil, no carnaval, vimos fotos de aglomeração todos os dias. O vírus não se espalha por causa do gestor, do prefeito, do governador, se espalha por causa da gente! A cepa se adapta justamente a esse comportamento humano, as pessoas acham que mesmo vacinadas viraram o Superman“, conta.

Você sai escondido para fugir da polícia, da fiscalização, da vigilância, mas deveria estar se escondendo do vírus

– Ana Chucre

A nova cepa, chamada de ‘Variante de Manaus’, já circula no Amapá desde janeiro e deixa a comunidade médica em alerta, principalmente por afetar, em sua maioria, jovens na faixa de 18 a 25 anos.

“Essa cepa de Manaus é muito mais contagiosa que a cepa do ano passado. A característica principal é que a pessoa infectada passa os primeiros dias assintomática e depois já entra direto na fase inflamatória grave da doença, alerta a médica.

Foto: Max Renê

Nós podemos ser amanhã a Manaus que vimos na televisão. Esse quadro não será superado com divisão. O mundo todo se preparou há 1 ano para vacinar a população e o Brasil negou a vacina, isso é um problema. Não podemos acreditar em uma única saída, mesmo com a vacina, precisamos continuar com nossos cuidados pessoais”, finaliza Clécio.

Até o momento, apenas 4,2% da população do país já foi vacinada, o equivalente a 9 milhões de pessoas.

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