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NOTA DE REPÚDIO sobre os ataques que ofendem e injuriam a imagem da Tia Chiquinha, figura histórica do Amapá

A Ordem dos Advogados do Brasil secção Amapá, por meio da Comissão de Igualdade racial, vem a público repudiar veementemente a publicação veiculada no perfil do Pr. Gesiel Oliveira na rede social Facebook que ofende e injuria a imagem da Tia Chiquinha, figura histórica e fundamental para a construção da cultura negra deste Estado. Chamar de medonha e sombria a escultura que presta justa homenagem e reconhecimento à importância desta mulher negra marabaixeira quilombola é a demonstração evidente de que o racismo estrutural e religioso infelizmente ainda entoa o discurso de autoridades religiosas.

A manifestação da referida liderança evangélica, carregada de ódio e de preconceitos ao se reportar ao monumento como “estátua medonha”, “estátua sombria que causa medo nas crianças…”, além da informação de que lutou para que ali fosse colocada uma bíblia ou fosse prestada uma homenagem ao seu pai, pastor evangélico, demonstra total desconhecimento sobre as tradições e a cultura do estado em que vive, bem como ignora que a laicidade é um conceito central para o debate sobre o lugar que a religião deve ocupar no espaço público, do papel do Estado na garantia da liberdade religiosa e da isonomia das diferentes religiões perante a lei. 

Considerando tratar-se a praça de um espaço público, é de se considerar que a homenagem in memoriam da “Tia Chiquinha” é tão justa quanto aquela realizada ao Pr. Nery Ferreira de Oliveira e ao povo evangélico.
Portanto, a praça Pr. Nery Ferreira de Oliveira, por ser pública, pertence a todos(as), independentemente de credo religioso, raça/etnia, gênero, orientação sexual, classe social ou posicionamento político.

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