Na noite da segunda-feira, (26), em entrevista ao programa de rádio ‘Café com Notícia’, na Diário FM, o Secretário de Estado da Saúde, Juan Mendes, falou sobre as informações que circulam na internet sobre a falta de medicamentos para pacientes internados com covid-19.
“Nós temos acompanhado o desabastecimento de kits intubação a nível nacional, ou seja, todos os estados brasileiros tiveram um aumento das suas ocupações de UTI e, obviamente, o consumo desses medicamentos subiu de forma exponencial. Aumentou até 5x mais, em alguns casos, do que em períodos normais. Por conta disso as fábricas não acompanharam esse crescimento”, explica Juan.
O gestor complementa que a secretaria vem adotando medidas tomadas pelo Ministério da Saúde. “Para tentar aliviar, o Ministério da Saúde ia nas fábricas e pegava toda a produção para distribuir de forma proporcional aos estados, e nós estamos fazendo esse tipo de estratégia há pelo menos cinco semanas. Há duas semanas tivemos uma descontinuidade de dois medicamentos, e para o kit intubação são mais de 11, inclusive uns substituem os outros, mas 2 medicamentos específicos foram descontinuados, o que depois de aproximadamente cinco dias já foi reposto”, diz.
“Abastecemos imediatamente as unidades e os pacientes que precisavam já estavam utilizando. Não houve nenhum paciente que tenha ‘brigado’ com o ventilador no sentido de estar sem sedação, ou até paciente acordando, como aconteceu em outros estados. Aqui no Amapá não tivemos isso“, afirma Mendes.
Para que o estado possa garantir suprimentos médicos é necessário abrir procedimentos licitatórios, já que são insumos que não podem ser encontrados em farmácias convencionais. “Nosso consumo médio mensal gira em torno de 78 mil ampolas, é um número relativamente grande de um item em específico. O que algumas pessoas achavam que tinha de estoque eram 20, 30, 50 ampolas, que não representa basicamente nada dentro do nosso consumo mensal, além disso não são medicamentos vendidos em farmácia convencional“.
Efeitos do lockdown
O Amapá adotou medidas mais rígidas de prevenção e combate à covid-19, entre elas o lockdown, que surtiu efeito na baixa de casos de infecção pelo novo coronavírus. Além do empenho dos órgãos de segurança e saúde, o secretário atribui o sucesso da restrição como fruto de uma ação colaborativa entre governo e sociedade.
“Hoje as nossas UTIs estão abaixo de 70% de ocupação, o que reflete também em um uso menor de medicamentos. Nós temos uma diminuição de mais de 70% dos óbitos, comparado há 14 semanas. Isso é mais um efeito positivo do lockdown. Antes a nossa média de casos era de 976/dia e foi para menos de 400 casos por dia“, explica.