Na fronteira com a França, campanha nacional de vacinação dos povos indígenas começa pela aldeia Kuhaí, em Oiapoque, no Amapá
Cerimônia ocorreu na aldeia Kuhaí, com o governador Clécio Luís e a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Mais de 80 indígenas foram imunizados.
O Amapá foi o estado escolhido para iniciar o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas, neste sábado, 13. A abertura da mobilização nacional, liderada pelo Ministério da Saúde e acolhida pelo Governo do Estado, ocorreu na Aldeia Kuahí, em Oiapoque, com a presença do governador Clécio Luís e da ministra da Saúde, Nísia Trindade
A primeira vacina foi recebida pela jovem Mayane Elle Labontê, de 9 anos. A abertura também contou com a presença do “Zé Gotinha”, símbolo da imunização no Brasil.
“A vacinação foi, desde o início, um dos grandes compromissos do presidente Lula. No Brasil, estamos com mais médicos, mais saúde da família, com mais saúde indígena e nós vamos ter mais vacina no braço. É minha primeira vez no Oiapoque, mas não é a primeira vez que nos aprofundamos na agenda de necessidades do Amapá, ajudamos a defender o povo da dengue, da malária, de outros problemas de saúde. Esse é um momento novo da história, em que a saúde e a sociedade estão no rumo certo”, evidenciou a ministra da Saúde.
A previsão é que 130 mil indígenas sejam alcançados com a campanha, por meio das mais de 240 mil doses em todo o país. A imunização será realizada em todos os 34 Distritos Sanitários Indígenas, totalizando 992 territórios, numa tentativa de ampliar as coberturas vacinais em áreas de difícil acesso geográfico.
“A vacina no braço representa proteção e é isso que nós queremos. Essa campanha nacional começar pelo Amapá é muito simbólica para nós, porque é o apoio do Governo Federal fazendo chegar investimentos onde as pessoas vivem. Hoje é um dia de muitas conquistas, de muitos avanços e de muitos anúncios importantes para o Amapá”, destacou o governador Clécio Luís.
Na ocasião, o governador Clécio Luís recebeu um maracá, presente representativo dos povos originários do Amapá e Norte do Pará, entregue pela diretora do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Simone Karipuna. “Eu gostaria de repassar ao senhor governador esse maracá, como símbolo dos nossos povos. Quando o senhor balançar esse maracá, lembrará que estamos todos juntos, na área urbana e na garantia do nosso território nas florestas”, destacou.
Também foram ofertados outros atendimentos em saúde, com entrega de kits de saúde bucal e medicamentos; atendimento com dentista, fisioterapeuta, psicóloga e assistente social; oferta de testagens rápidas; leitura de lâminas para malária; e orientações sobre a dengue.
Para a campanha, serão disponibilizados imunizantes de Covid-19, BCG, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), pneumo 23, poliomielite, varicela, difteria e tétano, meningo ACWY, meningocócica C, poliomielite oral, rotavírus, HPV, pentavalente, pneumo 10 e DTPA (para gestantes).
Mais acesso
O Ministério da Saúde iniciou a instalação de antenas para acesso à internet em postos de saúde indígena. No Amapá, 12 locais serão beneficiados com os equipamentos, como a Casa de Saúde Indígena de Oiapoque e o Polo Base Manga. Também foram anunciados a renovação da frota do Distrito Sanitário Indígena (Dsei) do Amapá, com 25 novos veículos, e o início das obras da Unidade Básica de Saúde Indígena da Aldeia Espírito Santo.
“Fortalecemos o Programa Nacional de Imunização e recuperamos a ação de levar a vacina para aquelas comunidades de difícil acesso e isso é fundamental nesse Brasil tão diverso, tão diferente. Para muitos, aqui é um local de difícil acesso, mas para eles é um local de vida. A saúde tem que chegar aqui, assim como tem que chegar em todos os locais do Brasil”, evidenciou a secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.