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Mulheres recebem curso de defesa pessoal no Amapá

Segundo dados da Agência Patricia Galvão, a cada 9 minutos uma mulher é vítima de estupro no Brasil; 97% das mulheres já sofreram assédio no transporte público e 76% sofreu violência e assédio no ambiente de trabalho.

No Amapá, de acordo com a agência Amazônia Real, de janeiro a agosto de 2020, houve o registro de 155 feminicídios em todo o estado. Pensando nisso, a professora de artes marciais, Alessandra Melo, 38 anos, ensina mulheres a se defenderem de violência doméstica e psicológica.

Foto: Acervo Pessoal/Alessandra

“Há nove anos pratico artes marciais e trabalho como professora há cinco. Já participei de todos os campeonatos do estado e fora, como em São Paulo e Brasília. Sempre acompanhei o aumento de casos de violência contra mulheres aqui em Macapá, e como nós temos um pouco de desvantagem na questão da força, e eu sou praticante de artes marciais, já tenho uma base da nossa força e defesa. Foi então que eu questionei o meu mestre sobre montar uma turma de defesa pessoal para mulheres”, afirma a instrutora.

Alessandra explica que o objetivo das aulas é dar mais segurança para as mulheres, para que elas saibam como sair de situações extremas ou de agressão. “No curso eu ensino a como sair de uma violência causada por um homem, baseado no estupro, enforcamento na parede, pegadas no braço e puxão de cabelo. Durante a agressão o cabelo é a parte frágil da mulher”.

Foto: Acervo Pessoal/Alessandra

Para todas essas agressões existe um movimento para a saída, através da defesa pessoal

As aulas levam em torno de uma hora e meia e trazem inúmeros benefícios. A partir da prática, há o crescimento mental, trabalhando a coragem, assim como o corpo, postura e base dos pés. De acordo com ‘Alê’, como é mais conhecida, essa é a base da defesa pessoal feminina.

A professora Angela Gomes, 48 anos, é faixa azul de jiu-jitsu e fala sobre os motivos que a levaram a buscar a defesa pessoal.

“Além da qualidade de vida, e a nossa própria sociedade que se encontra muito violenta, sempre buscamos alternativas para nos defender, as aulas trazem essa facilidade. Nós mulheres, que muitas vezes somos ditas como um ser frágil, na verdade só não temos consciência da nossa própria autodefesa”, relata a professora que há dois anos é praticante das arte marciais.

O curso da defesa pessoal feminino acontece na Team Kamal Brasilian Jiu-jitsu, no Laguinho, segunda, quarta e sexta das 11h às 12h. No centrinho atrás da igreja Bom Pastor, no Buritizal, segunda, quarta e sexta das 17h30 às 18h30. Para mais informações (96) 99100-3187/99166-1512.

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