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MP-AP realiza inspeção na maternidade da Zona Norte e recomenda que providencie médico anestesista em 48h

MP-AP

O Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública, realizou na quarta-feira (20), inspeção na Maternidade Renascer, localizada na zona norte de Macapá. A fiscalização foi realizada pelos promotores de Justiça da Saúde, Wueber Penafort e Fábia Nilci, fruto de denúncia à PJDS. A ação foi acompanhada por uma equipe do Conselho Regional de Medicina do Amapá (CRM/AP). Na ocasião, foi constatado que a unidade hospitalar não possui médico anestesista, profissional essencial para o funcionamento de maternidade de risco habitual.

Por conta disso, os membros do MP-AP emitiram Recomendação Nº 0000817/20222ªPJDS/MCP, à Organização Social de Saúde (OSS), Instituto Ovídio Machado, empresa contratada para gerir a maternidade, para que, no prazo de 48h, providenciasse escala de médico anestesista. O documento é embasado na Portaria Nº 1.020, de 29 de maio de 2013, do Ministério da Saúde (MS).

A equipe do CRM que esteve na fiscalização foi composta pelo médico Willian Camilo, chefe da fiscalização, assistente de fiscalização e do responsável pelo setor de Pessoa Jurídica do Conselho, Sheila do Carmo e Adelson Xavier.  

De acordo com os promotores da Saúde, a inauguração da Maternidade, ocorrida há 20 dias e sem a garantia deste tipo de profissional, essencial para o funcionamento da unidade hospitalar, foi um erro. O diretor da Casa de Saúde, Remi Oliveira Júnior, disse aos membros do MP-AP e à equipe do CRM,  que foi aberto o chamado público para contratação do anestesista, entretanto ainda não publicado até o momento da inspeção.

Os membros do MP-AP checaram lista de servidores, escala serviços plantões, conversaram via telefone com o diretor clínico do Hospital, Breno Soares. A Maternidade Bem Nascer, em 20 dias de funcionamento, realizou somente 14 partos. A média prevista, segundo o contrato de gestão, é de 20 partos diários. Fato que contribui para a  superlotação da Maternidade Mãe Luzia.

Outras irregularidades e notificação do CRM

Durante a fiscalização, os promotores da Saúde e equipe do CRM, acompanhados de profissionais da Maternidade, percorreram todas as salas da unidade hospitalar. Falta de insumos, descarte incorreto de lixo, falta de coletes adequados para uso do Raio-X, vencimento de produtos/equipamentos, não funcionamento do elevador, já que a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) fica no segundo andar da maternidade. Por conta da falta do anestesista e destas deficiências, o CRM notificou o hospital e estipulou prazo de uma semana para sanar os problemas listados.

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Prédio com deficiências

Ainda na fiscalização, os promotores de Justiça encontraram falhas estruturais já detectadas por eles mesmo em fiscalização anterior à inauguração, como pintura mal feita, acabamento de piso e rodapés com infiltrações já detectadas durante a reforma do prédio. E, ainda, a rampa de rota de fuga é menor que as dimensões adequadas.

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