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Ministro da Saúde depõe pela 2ª vez na CPI da Pandemia

Foto: TV Senado/Youtube (reprodução)

Nesta terça-feira (8), o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou um segundo depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Queiroga é o 4° ministro a ocupar o cargo no governo de Jair Bolsonaro. Durante as quase 8 horas, o ministro foi interrogado sobre assuntos como a posição do Ministério ao enfrentamento da Covid-19 e a realização da Copa América no país.

O governador do Amapá, Waldez Goés, deverá depor no dia 08 de julho.

No primeiro momento do depoimento do ministro, ele frisou informações sobre as doses de vacinas entregues nos estados da federação, a importância de uma ampla imunização e que já é possível verificar bons resultados sobre o enfrentamento à pandemia durante seus 60 dias no cargo.

Questionado sobre as ações de Bolsonaro, o ministro exclamou: “Sou ministro da saúde, não censor do presidente da República”. Marcelo Queiroga, no momento de posse, afirmou que a postura do presidente iria mudar. Bolsonaro segue não respeitando as regras de distanciamento social e uso de máscara.

Houve ainda contradições sobre a saída da infectologista Luana Araújo, de sua equipe. A médica depôs na CPI na semana passada e foi indicada por Queiroga durante o lançamento da Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19. A médica saiu da equipe em menos de 10 dias, sem nem ao menos ser nomeada.

Declarações da médica foram reveladas e mostraram um posicionamento contrário ao tratamento precoce e o uso de medicações como a hidroxicloroquina, além de procedimentos defendidos pelo presidente, que já se mostraram comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

A primeira versão sobre a demissão teria sido a falta de “validação política” de Luana. Já no depoimento de hoje na CPI, o motivo apontado por Queiroga foi de que “ela não traria conciliação entre os médicos”. O ministro afirmou que não há infectologistas atuando no Ministério da Saúde e assumiu responsabilidade pela saída da médica.

Questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros, Queiroga desmentiu Bolsonaro e afirmou que o tratamento precoce não tem eficácia comprovada.

 

Aglomeração no esporte

Sobre a Copa América, segundo Queiroga, “não há impedimentos do ponto de vista epidemiológico, pois o risco da pessoa contrair a covid-19 é o mesmo com ou sem jogo, e a realização de esportes é liberada no país”.

Outros pautas relatadas na CPI: aconselhamento paralelo ao governo, investimento na ButanVac ao invés de compra de lotes da CoronaVac, relatórios de mortes por Covid-19 desmentidos pelo TCU e a vacinação de 70% da população brasileira até setembro de 2021.

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