A campanha “Julho Amarelo” traz o importante alerta sobre os perigos e a prevenção das hepatites virais e alerta a população sobre as formas de diagnóstico precoce e tratamento, que podem prevenir problemas graves no fígado, como cirrose e câncer.
As hepatites são um grupo de doenças que provocam inflamação do fígado e as mais frequentes são as virais. Os tipos mais comuns da doença são A, B e C que possuem sintomas bem similares como icterícia (pele e olhos amarelados), incluem cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dores abdominais, urina escura e fezes claras, por isso o diagnóstico é importante para definir o tipo de hepatite e o tratamento adequado.
Tanto o diagnóstico como o tratamento são disponibilizados de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e são essenciais para prevenir complicações da doença.
No caso do tipo A, considerado o mais comum no Brasil, a prevenção pode ser feita através da vacina de dose única disponibilizada de forma gratuita para crianças a partir dos 15 meses até 5 anos.
As hepatites B e C são os tipos mais graves da doença, a transmissão acontece através de contato com materiais cortantes/perfurantes não esterilizados como tesouras e alicates de unhas, compartilhamento de seringas e agulhas além do contato sexual desprotegido, sem o uso de preservativo.
O tipo C tem índice de 90% de cura dos pacientes submetidos ao tratamento. Já o tipo B, apesar de não ter cura, através do uso da medicação para controle da carga viral e acompanhamento clínico com um infectologista, o paciente poderá ter uma vida normal.
O infectologista Rafael Darwich, explica que é importante lembrar que o tipo B possui vacina disponível e gratuita para todas as faixas etárias nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A vacina é dada em três doses respeitando um intervalo de tempo entre as mesmas.
Ele ainda lembrou que em alguns casos a hepatite B pode ser completamente assintomática e o paciente pode passar anos sem nunca manifestar sintomas, correndo o risco de complicações e de transmitir para outras pessoas.
“A vacina é eficiente, tem poucos efeitos colaterais, tanto que é aplicada em recém-nascidos e está amplamente disponível nas UBSs, ou seja, gratuita e de fácil acesso. Então aquelas pessoas que por algum motivo não fizeram o esquema completo das três doses podem e devem procurar essas unidades para completar”, enfatizou o especialista.
Tratamento
Na rede estadual de saúde, o Centro de Referência em Doenças Tropicais (CRDT), em Macapá, é a referência em atendimento para pacientes com os tipos B e C, atualmente mais de 1.200 pacientes fazem acompanhamento da doença na unidade. Em 2020 deram entrada 26 pacientes com hepatite B e 20 com o tipo C. De janeiro a junho de 2021 a unidade já recebeu sete pacientes com o tipo B e dez com o tipo C.