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GEA integra ação de combate a incêndio que atinge a Reserva do Lago Piratuba, entre Amapá e tartarugalzinho

Por ser subterrâneo, com alguns focos em superfície, o incêndio de turfa, que acontece na região, é um dos tipos de incêndios florestais mais complexos a serem combatidos.

O Corpo de Bombeiros do Amapá (CBM) integra as ações de combate ao incêndio que, há cerca de duas semanas, atinge a Reserva Biológica do Lago Piratuba, no extremo leste do estado. O trabalho de enfrentamento é coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Marinha do Brasil. As queimadas já cobrem, aproximadamente, 15 quilômetros da região, que é administrada pelo Governo Federal. 

A Reserva do Piratuba possui cerca de 400 mil hectares distribuídos entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho, ambos em situação de emergência devido à estiagem que atinge o estado. Por ser subterrâneo, o incêndio de turfa, que acontece na reserva, é um dos mais complexos tipos de incêndios florestais a serem combatidos. 

A turfa é um material orgânico formado pela decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, virando uma massa altamente inflamável rica em carbono, o que facilita a combustão. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a melhor forma de combate a este tipo de ocorrência é a escavação de trincheiras no solo para promover a descontinuação do fogo subterrâneo, além do lançamento de água pela aeronave.

No sábado, 11, uma equipe de especialistas do CBM, do ICMBio e da Marinha sobrevoou a região para avaliar as proporções do incêndio. A partir desta avaliação, o grupo elaborou as estratégias de enfrentamento e avaliou a zona de pouso para helicópteros, além da definição do local para base e alojamento de militares e brigadistas. 

No dia seguinte, o helicóptero da Marinha do Brasil atua no lançamento de água nos focos de incêndio. A aeronave possui rede para carga externa e cesto para lançamento de água, além da capacidade de transportar até 3 toneladas de carga. Outra aeronave, tipo esquilo, do ICMBio, atua em conjunto na operação. 

“Verificamos que, em vários pontos, apesar do incêndio estar grande, existem aceiros naturais e rios no caminho que podem conter a queimada. Existe apenas um ponto que foi verificado em que precisa ser realizado o combate”, explicou Alexandre Veríssimo, comando do CBM Amapá.

Aceiros são faixas de terra sem vegetação e servem como barreiras naturais contra incêndios em áreas de mata. A região onde ocorre o incêndio é de difícil acesso, sendo que, durante o verão, a locomoção para a reserva só pode ser feita de forma fluvial. Com o período de estiagem, para chegar ao local é necessário o apoio aéreo.

Brigadistas combatentes

Dentro da operação de combate ao incêndio, a intervenção na área conta com mais de 40 brigadistas do ICMBio. O Corpo de Bombeiros auxilia na elaboração das estratégias e acompanhamento das ações, além do planejamento das próximas etapas da operação.

Cabo Orange

Outra reserva que sofre com os incêndios florestais é a do Parque Nacional do Cabo Orange, localizado no litoral do Amapá, entre as cidades de Calçoene e Oiapoque, extremo norte do Amapá, região fronteiriça à Guiana Francesa.

“Estamos monitorando, caso seja necessário o nosso apoio naquela região, estamos vendo alternativas para ajudar nesse combate. Na segunda-feira, 13, haverá uma reunião com o chefe da reserva do Cabo Orange, para acertarmos a mesma estratégia da Reserva do Piratuba. Está previsto um sobrevoo até terça-feira, 14, para analisar a situação do Cabo Orange”, adiantou Veríssimo.

Combate às queimadas

Assim como outros estados da Amazônia, o Amapá sofre com os efeitos da estiagem e das queimadas. Para enfrentar o cenário, ainda no mês de agosto, o Governo do Estado lançou a Operação Amapá Verde, que registrou, em 33 dias, 150 focos de incêndios florestais. Outra ação foi a criação do Comitê de Mudanças Climáticas para monitorar os focos de incêndio e definir novas estratégias de enfrentamento.  

Conteúdo fornecido por GEA

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