Desde o início da pandemia, os alunos do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), juntamente com outros alunos também das ciências exatas, atuam na produção de EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), para os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente do combate ao novo coronavírus no estado. A UNIFAP reconheceu e elogiou o empenho dos estudantes de forma oficial através da Portaria Nº 1770/2020, homologada no dia 30 de dezembro de 2020.
A produção passa por um processo minucioso que vai desde a modelagem, até a parte final de montagem que é feita manualmente pelos próprios acadêmicos. Tribunal de Justiça do Amapá, Corpo de Bombeiros e até a Prefeitura de Macapá, são alguns dos órgãos e instituições que já foram beneficiados com os equipamentos.
Paulo Breno da Silva Grott, 22 anos, é um dos estudantes envolvidos no projeto. Paulo conta que até chegar no produto final, a construção passa por uma série de etapas.
“A primeira parte é a modelagem de duas peças em um software de modelagem 3D, uma é o suporte principal e a outra o auxiliar. Em seguida, fazemos a impressão das mesmas utilizando impressoras disponibilizadas através da universidade e de doações ao projeto. Já com as peças, recortamos o acetato 3 mm para que ele adquira o tamanho adequado e encaixe firmemente. Por fim, fazemos a higienização com álcool 70% e a contabilização das máscaras prontas”.
O Brasil passa por um momento difícil, principalmente na área científica. Mesmo com inúmeros cortes na pesquisa, alguns laboratórios e os próprios estudantes continuam resistindo ao desmonte do ensino público superior. E são iniciativas como essas que ajudam a ciência brasileira a avançar.
“Acompanhar de perto a luta contra a Covid-19 desperta motivação em qualquer um para fazer parte, principalmente depois de ter ciência de tantas dificuldades que a sociedade vem passando desde o início da pandemia. O sentimento que fica é o de gratidão, por aprender o que aprendi, conhecer boas pessoas que compartilham dessa motivação e por saber que estou ajudando de alguma forma quem precisa”, finaliza Paulo.
Pedro Guedes, 21 anos, é acadêmico de Engenharia Elétrica e conta com orgulho sobre a experiência de fazer parte do projeto. “Foi algo muito gratificante, saber que pudemos contribuir dando o mínimo de condições aos profissionais da saúde nesse período tão conturbado. Além de ajudar a população em geral, foi uma experiência sem preço”.
Segundo dados da última pesquisa de Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação, de 2018, o Brasil investiu 1,26% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2017. O valor fica bem abaixo de países que lideram a corrida tecnológica – como Coreia do Sul (4,55%), Japão (3,21%), Alemanha (3%), Estados Unidos (2,79%) e China (2,15%).
“Os projetos de extensão são atividades de suma importância, assim é possível mostrar que o estudante não está ligado apenas à universidade. Ressalto que esse projeto aconteceu em um momento muito delicado que o mundo está passando, e poder unir conhecimento de diferentes áreas para ajudar nessa problemática, foi algo incrível!”, conclui Pedro.
Confira a lista completa dos alunos homenageados:
- Álvaro Costa Júnior
- Amanda Thais dos Reis Fernandes
- Diego Serra Dias Monteiro
- Gregório Maciel Amanajás Neto
- Huddson Fernandes de Almeida Paz
- Igor da Silva Ferreira
- Ingrid da Costa
- Jhonn Vithor Nunes Carvalho
- João Fernando Pinto Pedroso
- Lucas Matheus Ramos de Freitas
- Lucas Vinícius Koga Souza
- Paulo Breno da Silva Grott
- Pedro Miguel Lira Guedes
- Vinícius da Silva Neri
- Vinícius Lemos dos Santos