O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) fiscalizou, na última sexta-feira (23), o prédio da Polícia Técnico Científica do Amapá (Politec-AP). Dentre as irregularidades encontradas, o CRM identificou problemas estruturais no prédio, cadáveres em decomposição no chão, além de falta de equipamentos e recepção inadequada do consultório do IML.
O CRM-AP é uma autarquia federal e tem a responsabilidade de supervisionar o perfeito exercício da medicina. Há médicos legistas na Politec e segundo a assessoria de comunicação do CRM-AP, “as condições são insalubres e comprometem a segurança dos profissionais e de quem procura o local. Em 2017 o CRM-AP esteve no lugar, e os problemas detectados foram praticamente os mesmos“.
Sala de necropsia
A fiscalização constatou que a necropsia está sendo feita ao ar livre, sem sistema de exaustão, os corpos estão sendo colocados do lado de fora para aliviar o mau cheiro. Além disso, há falta de equipamentos individuais para os profissionais, como máscaras de proteção com purificador de ar não motorizado e filtros substituíveis, óculos de proteção, aventais impermeáveis e luvas de procedimento.
Também há falta de equipamentos para a necropsia como recipiente para resíduos infectantes, aparelho de imagem, balança para fetos e embriões, instrumental para dissecção e sutura, papel toalha e sabonete líquido. O scanner para identificação de projéteis de arma de fogo também foi achado inoperante e apenas o exame de DNA estava sendo realizado.
Recepção e acolhimento
O consultório de Medicina Legal e Perícias Médicas (IML) recebe mulheres, crianças e adolescentes vítimas de exploração ou abuso sexual. O CRM-AP constatou que não há privacidade no ambiente já que as janelas estão sem películas e o espaço não é humanizado para vítimas que já estão fragilizadas. Em caso de emergência, foi constatado que todos os extintores de incêndio estão com o prazo de validade vencido desde 2015.
O CRM-AP vai encaminhar o relatório com todas as irregularidades encontradas para a Politec, Conselho Federal de Medicina e Ministérios Públicos Estadual e Federal. A equipe do portal Café com Notícia tentou entrar em contato com o Governo do Estado mas não obteve resposta.