Da mesma forma que Beyoncé e outros grandes nomes da música começaram a cantar na igreja, Ruth deu os tímidos primeiros passos no coral cristão. Durante a adolescência fez parte da Fundação Curro Velho, um espaço muito especial e que foi um divisor de águas na vida da artista. Durante o processo aprendeu a se reconhecer como uma mulher preta e a compreender a sua ancestralidade.
Em 2015 assistindo a uma batalha de MC’s nasceu o amor pelas rimas, uma paixão instantânea. Ainda tímida para competir, mas apaixonada pela arte, Ruth se fazia presente colaborando na organização dos eventos e criando os Flyers. Até que a coragem chegou e a cantora se sentiu segura para mostrar a todos as poesias que escrevia.
O rap é um caminho que começou a trilhar naturalmente e nele se tornou protagonista. Cansada de ouvir rimas que derramavam preconceito e machismo, Clark e mais duas amigas, a produtora Camila Loiê e a DJ Maira, fundaram o Battle Girl Power, uma batalha para receber mulheres talentosas que não tinham a oportunidade de mostrar o trabalho que desenvolviam. Essa foi uma forma de apoiar e fortalecer o cenário femino do rap.
Escrevendo desde a infância, Ruth era guiada pelos sentimentos sem fazer acepção do que era poesia ou música, apenas depositava no papel o que corria dentro do coração. Durante a fase adulta o lar se tornou inspiração, a mãe e a avó se tornaram protagonistas dos versos. Hoje canta sobre o empoderamento preto, fortalecimento e a esperança que dias melhores estão chegando.
Perfil
Karina Pacheco é Jornalista e Criadora de Conteúdo Digital. Fã da cultura POP e amante de Sitcoms. Adora fazer resenha de artistas musicais do cenário independente, assina a coluna de Música no portal Café com Notícia.