Tatuagens, guitarras e marra de rockstar. A olho nu corremos o risco de dizer que é mais um artista fabricado, mas quando as melodias de Dominic Fike passam por nossos ouvidos entendemos que ele é inesquecível.
Natural de Naples, na Flórida, Dom aprendeu a tocar guitarra durante a adolescência. Em casa costumava ouvir Usher e assistir clipes na MTV com os amigos, sem imaginar que anos depois gravadoras gigantescas travariam uma batalha para fechar negócio com o garoto.
Fike produziu em casa o primeiro EP intitulado ‘Don’t Forget About Me, Demos’, enquanto estava na prisão domiciliar por desacatar um policial. Traduziu a solidão através da guitarra e alguns beats. Após jogar o resultado no Soundcloud, mostrou para um amigo, e quando percebeu as canções haviam criado asas e saíram de boca em boca se transformando em um viral.
A situação tomou uma proporção que Fike jamais imaginou. Ao sair da reclusão se viu rodeado de agentes com talões de cheque tentando conquistá-lo, mas quem levou a melhor foi a Columbia Records. A gravadora apostou 4 milhões com a promessa de lançar o próximo Post Malone.
Fazendo parte da nova geração de Alt. POP, o rapper prodígio mostrou que não veio para substituir ninguém. Após o lançamento oficial do EP em 2018, Fike conquistou as rádios da Austrália, República da Irlanda e Reino Unido com ‘3 Nights’. Com batidas carismáticas acompanhadas dos acordes de violão nascia o novo hit do verão.
Debutando com a aprovação de Billie Eilish, aparecendo na Playlist de Barack Obama e colaborando com artistas como Halsey e Kevin Abstract, a popularidade de Dom expandiu para o mundo.
Em 2020 foi lançado ‘What Could Possibly Go Wrong’, primeiro álbum do cantor. Com um título bem sugestivo, realmente nada poderia dar errado. A nova fase apresenta um artista com referências definidas e com a habilidade de passear por todos os gêneros. É fácil encontrar referências como Red Hot Chili Peppers no metálico das guitarras, mas sem ir muito longe da psicodelia ou se perder da origem que vem do rap.
Dominic Fike é o artista que abre espaço em qualquer playlist. Deixou o cenário independente, e mesmo com uma grande produtora, ainda temos a sensação de estar ouvindo um som feito por um garoto com uma guitarra em seu quarto. É algo íntimo, não tão simples, mas que está ecoando pelo mundo todo.
Perfil
Karina Pacheco é Jornalista e Criadora de Conteúdo Digital. Fã da cultura POP e amante de Sitcoms. Adora fazer resenha de artistas musicais do cenário independente, assina a coluna de Música no portal Café com Notícia.