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Cerca de 85 mil mortes a cada ano são 100% atribuídas ao consumo de álcool nas Américas, constata estudo da OPAS/OMS

Foto: Reprodução

O consumo de álcool foi 100% responsável por cerca de 85 mil mortes anuais durante o período de 2013 a 2015 nas Américas, onde o consumo per capita é 25% superior à média global, revelou um estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) publicado na última segunda-feira, (12), na revista científica Addiction.

“Este estudo demonstra que o uso nocivo de álcool nas Américas é uma grande prioridade de saúde pública”, afirmou Anselm Hennis, diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS. “Está associada a mortes evitáveis e a muitos anos de vida vividos com incapacidade. Precisamos de intervenções, políticas e programas eficazes, viáveis e sustentáveis para reduzir o consumo de álcool”.

O novo estudo com dados de mortalidade em 30 países das Américas – o maior do tipo realizado na região – revela como principais conclusões:

As taxas de mortalidade atribuíveis ao álcool foram mais altas na Nicarágua (23,2 por cada 100 mil pessoas) e na Guatemala (19 por cada 100 mil), embora esses países tenham um consumo de álcool per capita relativamente menor.

O estudo indica que os países de alta renda têm maior consumo de álcool per capita, enquanto os países de baixa e média renda têm uma taxa maior de classificação atribuível ao álcool para o mesmo nível de consumo. Como taxas de mortalidade mais altas são provavelmente devido ao acesso comparativamente mais precário a serviços, informações médicas de saúde e boa nutrição, bem como transporte limitado em situações de emergência e outros fatores que podem tornar o consumo de álcool mais nocivo.

A OPAS pede aos países das Américas que reduzam o consumo nocivo de álcool aumentando os impostos sobre bebidas alcoólicas e implementando restrições abrangentes à publicidade, promoção e patrocínio do álcool. Melhorar a qualidade dos dados sobre a mortalidade e morbidade do álcool é fundamental para monitorar o impacto do consumo.

As políticas promovidas pela OPAS são essenciais para prevenir mortes, doenças e problemas sociais relacionados ao álcool. Outra medida simples, mas poderosa, é limitar o horário de vendas do álcool e reduzir a concentração de pontos de venda de álcool em uma comunidade”.   
 Anselm Hennis, diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS

Maristela Monteiro, consultora sênior da OPAS sobre álcool, ressaltou que “o estudo demonstra que a maior proporção de mortes totalmente atribuíveis ao consumo de álcool ocorre prematuramente entre pessoas de 50 a 59 anos, e principalmente entre homens. O uso prejudicial de álcool está matando pessoas no auge de suas vidas. Esta é uma perda não apenas para suas famílias, mas também para a economia e a sociedade em geral”.

Durante a pandemia de COVID-19, o álcool foi promovido por meio de canais de mídias sociais e sua disponibilidade aumentou em muitos países devido ao acesso mais fácil a compras online e entrega em domicílio. Há evidências de que as pessoas com maior probabilidade de aumentar o consumo de álcool já bebiam excessivamente antes da pandemia. Além disso, locais que vendem bebidas alcoólicas, como bares e boates, estão atraindo multidões que não usam máscaras nem praticam o distanciamento social.

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