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Inspirado no Arraial do Pavulagem, que colore e agita o Pará, levando as músicas e características regionais para as ruas, como o boi e o carimbó estilizado, aqui a identificação visual será legitimamente amapaense. O beija-flor brilho-de-fogo, raridade encontrada em nossas matas, foi esco-lhido para ser o símbolo do movimento, e o repertório terá como base as músicas produzidas no Amapá e populares “ladrões” de marabaixo, tudo ritmado com tambores e outros instrumentos.
O projeto é dividido em etapas, que inicia com as oficinas ministradas por profissionais capacitados para repassar conhecimento didaticamente. São três oficinas, de produção de instrumentos, como tambores e chocalhos; rítmica, que ensina a tocar os instrumentos produzidos, e a de artesanato, onde será ensinado e confeccionado todos os adereços que irão adornar os participantes e instrumentos. Cada oficina tem a duração de dois meses, maio e junho no primeiro semestre e agosto e setembro no segundo, e será somente nos finais de semana, no Centro Cultural Raízes do Bolão, no quilombo do Curiaú, zona norte de Macapá.
Após o aprendizado, começa a etapa seguinte, que são os ensaios fechados para compreensão de espaço, divisão de lugares, movimentação de instrumentos e harmonização. Em outubro e novembro o projeto começa a ga-nhar corpo e ir para as ruas, com ensaios abertos onde será mostrado todo o resultado das oficinas, instrumentos, músicos enfeitados com os adereços produzidos e o beija-flor brilho-de-fogo. Quem não fez as oficinas vai poder participar cantando as músicas que são de domínio público. Estes ensaios serão intercalado com shows musicais.
Em dezembro acontece a etapa final, com músicos afinados tocando os instrumentos produzidos nas oficinas e enfeitados. É o grande cortejo que vai arrastar a população e colocar nas ruas as tradições e costumes, enraizados na cultura amapaense. “O Banzeiro do Brilho-de-Fogo é um movimento cultural democrático e que chega com este objetivo, de movimentar a cidade, mostrar nossas tradições e vai encantar a população”, disse Adelson Preto, coordenador do projeto.
Para sair do papel, neste primeiro ano a Prefeitura de Macapá vai dar apoio para o Banzeiro, mas a ideia é ser independente, e com o passar do tempo, ter suporte para andar com as próprias pernas. “Não é um projeto da Prefeitura, vamos trabalhar para não depender de recursos públicos, assim, os governos podem passar que ele permanece. Temos como exemplo o Arraial do Pavulagem em Belém que conseguiu este objetivo”, explica o coordenador.
Além de Adelson Preto, coordenador geral, o projeto tem os músicos Alan Gomes na direção musical, Paulinho Bastos como coordenador de produção musical e regente, Nena Silva, coordenador de oficina rítmica, Pedro Bolão na coordenação das oficinas de instrumentos, e a artesã Melissa Silva, na de artesanato e adereços. Eles dão o comando para outros profissionais que irão repassar os ensinamentos para os participantes, que não tem limite de idade.
Serão abertas cinquenta vagas para cada oficina, e não paga nada para se inscrever. Interessados podem se inscrever no Centro Cultural Raízes do Bolão, no Curiaú.