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Amapá lidera ranking do desemprego no Brasil

Amapá continua liderando ranking do desemprego no Brasil

A rotina do amapaense Dione da Conceição, de 31 anos, é a mesma desde 2016: acordar cedo e sair pelas ruas da cidade de Macapá, distribuindo seu currículo em lojas, departamentos e escritórios, em busca de um emprego. 

Dione faz parte de uma triste estatística brasileira, ele está entre os 1,946 milhão de jovens sem emprego no país, que segundo dados divulgados nesta sexta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 12,195 milhões de pessoas sem emprego em todo o Brasil. O maior Índice dos Últimos sete anos em 13 capitais brasileiras. E o Amapá está na liderança entre os Estados.

A taxa de desemprego entre a população de 18 a 24 anos foi superior ao dobro da taxa geral em 2018. Enquanto a desocupação entre os jovens ficou em 25,2%, no 4º trimestre do ano passado o percentual total foi de 11,6%.

A maior desocupação é verificada na população ainda mais jovem, de 14 a 17 anos. A taxa chega a 40,3% (975 mil pessoas). Essa parcela da população trabalha sob condições específicas e pode atuar, por exemplo, como menor aprendiz.

Em todas as outras faixas etárias a taxa de desemprego é inferior à total. Entre as pessoas de 25 a 39 anos, o porcentual é de 6,9%, o que representa 4,191 milhões de trabalhadores. É justamente nessa faixa que se encontra Dione, idade em que deveria estar em plena produção, mas enfrenta dificuldades, pois a exigência de experiência e cursos técnicos são critérios que acabam lhe tirando a vaga de emprego. 

Dione da Conceição procura emprego há 4 anos. Vive de bico

“Fica difícil conseguir emprego com experiência, se não temos a chance de ter um emprego, e não tenho condições financeiras de bancar cursos técnicos. Já trabalhei como atendente em fastfood e hoje vivo de bico. As vezes dá desânimo de levar só não, mas tenho que continuar a luta, pois preciso de trabalho”, relata. 

Na camada de 40 a 59 anos, a taxa é de 10,7%, ou 2,771 milhões de pessoas. Já entre as pessoas com mais de 60 anos, é de 4%, o que corresponde a 312 mil trabalhadores.

A maior taxa de desemprego do país, no final do ano passado, foi verificada aqui no Amapá, de 19,6%. São 73 mil amapaenses sem emprego. O Estado é seguido por Bahia (17,4%), Alagoas (15,9%) e Pernambuco (15,5%).

As menores taxas, por outro lado, foram observadas em Santa Catarina (6,4%), Mato Grosso (6,9%), Mato Grosso do Sul (7%), Rio Grande do Sul (7,4%) e Paraná (7,8%).

Desemprego é maior entre mulheres, pretos e pardos

O peso do desemprego é ainda maior entre as mulheres. No 4º trimestre de 2018, a taxa de desocupação foi de 13,5% entre o gênero feminino e de 10,1% entre o masculino.

Mulheres representaram também 52,1% do total da população desempregada. “Em quase todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens. A exceção foi a região Nordeste (49,1%). Na Região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior: elas representavam 55,8% das pessoas desocupadas”, diz o IBGE.

Enquanto o desemprego geral foi de 11,6% no final de 2018, entre os que se declaram pretos foi de 14,5% e de 13,3% entre os pardos. Para brancos, por outro lado, foi de 9,2%. No 4º trimestre, a participação de pardos entre a população desocupada era de 51,7% e de pretos, 12,9%. Brancos representavam 34,6% do total.

Informações: IBGE

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