Poeta da Fronteira é destaque na Literatura do extremo Norte em Baile dos Artistas
“Estou aqui de passagem, minha alma amazônica abriga vários rios”, assim se descreve o escritor e poeta Marven Junius Franklin em sua poesia “De Passagem”. O poeta da Fronteira, como é conhecido entre os apreciadores do estilo literário, recebeu a alcunha por viver na cidade de Oiapoque, fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Mas, nesta quinta-feira, 28, ele volta a sua terra natal, Belém, para ser premiado em um dos maiores eventos culturais paraenses, o XXXV Baile dos Artistas.
Marven Junius Franklin será homenageado como Destaque da Literatura do Extremo Norte, mais um para o currículo de prêmios importantes do cenário literário, como o III Prêmio Henrique José de Souza de Literatura, Concurso Literário de Presidente Prudente, Concurso Nacional Novos Poetas e Concurso de Poesias da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil de Mariana (MG), dentre outros.
O escritor relata que sentiu necessidade de escrever sobre o Oiapoque, onde vive atualmente, o que o levou a autoria do livro “Oiapoque in Blues”, onde retrata uma fronteira imaginária que se concretiza aos olhos do leitor graças à sua poética ficcional. “Lembro da neblina que se forma no fim do dia, tive que me acostumar a uma paisagem um tanto bucólica”, relembra.
Marven conheceu a vida cultural da cidade e descobriu artistas muito bons, tanto da literatura quanto em outras artes. “A cidade tem coisas muito boas, além dos problemas sociais causados pela fronteira e distância da capital”, relata.
O poeta tem por formação a Educação Física e ensina nas escolas do município. Quando passou no concurso, ele vivia em Fortaleza, capital cearense. Hoje usa a internet como ferramenta de comunicação e divulgação de seus poemas. Assim, seu trabalho vem sendo apreciado por muita gente em diversos lugares do mundo.
Para a premiação de quinta-feira, ele destaca que está grato por ser reconhecido mais uma vez fora do estado, pois tem o evento com muita estima, devido ser consagrado no cenário cultural da região Norte.
“É uma realização pessoal e uma contribuição para a literatura produzida no norte do país, agradeço ao Oiapoque por ser minha inspiração, busco levar seu nome para que conheçam as coisas boas de lá”, ressalta Marven Franklin.
ANCORADOURO
Pelo Rio Oiapoque
navego a esmo – a almejar acaso & ancoradouro.Catraias aleatórias me induzem. Sou passageiro de agonia & medo: adormeço.
Um cais que me abrolhe tal qual o olhar abatido de fenecidas vigilengas
– sepultadas na praia.Pelo Rio Oiapoque [navego a esmo].