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Covid-19: “Nós entramos em uma situação de colapso sanitário no sistema de saúde do Amapá”, afirma SVS

Pela primeira vez, as autoridades sanitárias do estado falam em colapso no sistema de saúde.

Na manhã desta quinta-feira, (11), o Secretário de Estado da Saúde, Juan Mendes, falou sobre a situação caótica que o sistema de saúde do Amapá enfrenta no atual momento. A coletiva de imprensa também contou com a presença do Superintendente de Vigilância em Saúde, Dorinaldo Malafaia. “Estamos vivendo o pior momento da pandemia. Tivemos o apoio do governo federal, em termos orçamentários, até setembro do ano passado”, afirma Juan.

Foto: Nathanael Zahlouth/SVS

O secretário explica que mesmo com todas as dificuldades, o estado vem abrindo leitos, mas que a situação é extremamente crítica. “Se a gente pensa que um paciente com AVC ou infarto é grave, o paciente com Covid-19 chega a ser muito mais severo que todos eles, pois a necessidade de medicamentos e maquinário chega a ser o dobro, o triplo. É uma pessoa que consome muito da equipe, não é apenas colocar uma cama, um ventilador mecânico e um monitor”, salienta.

Foto: Reprodução

Na quarta-feira, (10), o país bateu a marca de 2.286 vítimas da doença e alcançou o recorde de mortes pela Covid-19 em 24 horas. De acordo com o secretário, a perspectiva é de que haja a abertura gradativa de 130 novos leitos de UTI.

“Levando em consideração que os leitos clínicos e de UTI estão em uma faixa acima de 90% de ocupação, nós podemos caracterizar e informar a população que, de fato, nós entramos em uma situação de colapso sanitário no sistema de saúde do Amapá, é o que diz Dorinaldo Malafaia, Superintendente de Vigilância em Saúde.

Segundo Dorinaldo a fiscalização pode conter o avanço da transmissão do vírus – Foto: Nathanael Zahlouth/SVS

“Nos próximos 14 dias nós precisamos garantir a desmobilização de aglomerações, para que consigamos interromper a transmissibilidade do vírus. Precisamos dar tempo para que o sistema de saúde possa ter o máximo de amplitude. Caso contrário, não teremos condição, como no restante do país, de garantir leitos para a população”, afirma o Superintendente.

Mesmo com a alta no número de mortes, a população diminuiu os cuidados e flexibilizou o isolamento social, o que afetou consideravelmente as taxas de novas pessoas contaminadas.

Hoje, nosso índice de isolamento está girando em torno de 24%. Antes da pandemia era 37%, ou seja, as pessoas estão ficando menos em casa do que no início da pandemia. Precisamos que todos compreendam a importância e a gravidade do momento que estamos vivenciando.

– Juan Mendes

 

Colapso?

Em janeiro deste ano, o estado do Amazonas viveu um intenso colapso no sistema de saúde, ocasionado pela falta de oxigênio para os pacientes internados em leitos de UTI. Por conta da situação, o estado enviou muitos pacientes para tratamento em outras localidades, o que inclusive contribuiu para a disseminação da variante brasileira do coronavírus.

Foto: Nathanael Zahlouth/SVS

“Seria inconcebível pensar que nos estados amazônicos seria diferente. Mas obviamente, fizemos um estudo aprofundado para que o que aconteceu em Manaus não aconteça aqui, mas ainda assim, corremos risco. A situação é gravíssima”, diz o secretário de saúde.

O gestor descreveu que o oxigênio utilizado no Amapá é produzido no Pará, e que as unidades hospitalares, em maioria, utilizam tanques criogênicos, o que possibilita uma capacidade de armazenamento maior.

Na tarde de ontem, (10), o governador do estado, Waldez Góes, confirmou que a P1 (variante de Manaus), circula no Amapá desde janeiro de 2021.

Foto: Nathanael Zahlouth/SVS

Mesmo com as altas taxas de ocupação dos leitos, as autoridades são categóricas em afirmar que não existe a possibilidade de transferência de pacientes, mesmo os atendidos por planos de saúde. “Precisamos ganhar tempo ao máximo, para que o sistema de saúde possa avançar e não colapsar totalmente”, conclui Malafaia.

No último boletim epidemiológico divulgado na quarta-feira, (10), pelo Governo do Estado, o Amapá apresentou 328 novos casos da Covid-19.

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