Crianças e jovens recebem ensinamentos para a vida na arte do Jiu-jitsu em Macapá
Dinho Kamal é professor e faixa preta em Jiu-jitsu e desenvolve aulas da luta com crianças e adolescentes.
A prática de esportes traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento da criança e do adolescente. Cada modalidade esportiva proporciona uma melhoria específica. Há algumas décadas o Jiu-jitsu era considerado violento, hoje, possui adeptos de todas as idades.
Em Macapá, crianças e adolescentes de 5 a 15 anos praticam a arte marcial, que ajuda na formação e ensina valores como disciplina, socialização, autoestima e respeito. É assim na Team Kamal Brazilian Jiu-jitsu, academia no bairro do Laguinho, zona norte da capital. Criada pelo mestre Dinho Kamal, a academia trabalha com brincadeiras levadas muito a sério. O mestre comanda a criançada, divididas pela faixa etária, com seus pequenos quimonos em treinos de gente grande.
“Eu sou artista marcial, faixa preta de jiu-jitsu, trabalhei como professor de MMA, jiu-jitsu, boxe e muay thay. Hoje trabalho especificamente com o JJ para jovens, crianças e adultos. Inicialmente eu dava aulas para os adultos e muitos deles são pais e enxergam o lado positivo das artes marciais para as crianças. Assim eles começaram a trazer seus filhos para treinarem juntos, com uma forma didática de treinamento adequado para a molecada, formamos uma turma kids, com crianças de 5 a 7 anos”, conta Kamal.
Segundo a história, o Jiu-jitsu nasceu na Índia e era praticado por monges budistas, que tinham a cultura de não matar. Preocupados com a sua autodefesa, os monges desenvolveram uma técnica baseada nos princípios do equilíbrio do sistema de articulação do corpo.
A prática foi levada para a China e Japão, para quando os samurais perdessem suas espadas em combate, tivessem um meio de se defender. Tempos depois o imperador resolveu abolir e começar a treinar o judô. Um desses alunos, Mitsuyo Maeda, veio para o Brasil e fixou residência em Belém, onde conheceu a família Gracie, e em retribuição pelos serviços prestados, ensinou os segredos das artes marciais.
“No jiu-jitsu, nós trabalhamos a parte comportamental, disciplina, respeito e a parte da luta em si, como amarrar a faixa corretamente, orientação de golpes, posições, técnicas de defesa pessoal, alongamentos, concentração e respiração”.
Dinho explica ainda que os pais buscam um passatempo que atraia as crianças e jovens. “A prática também ajuda a tirar o estresse do dia a dia, gastar a energia que a criança tem, acalmar e trabalhar a disciplina para a escola. Melhora em casa na convivência com todas as pessoas, ajuda na questão de saúde, melhorando o condicionamento físico, elasticidade, coordenação motora, desenvolvimento psíquico e a se defender em situações de perigo”, diz o mestre.
Kamal trabalha há 14 anos como professor de artes marciais.
Acompanhando atento e todo orgulhoso a beira do tatame, Cristian Pinho, pai dos pequenos grandes atletas Gabriell Thor Pinho, 12 anos e Gusttavo Thor Pinho, 8 anos, relata sobre os benefícios que a disciplina no esporte traz para seus filhos.
“Antes eles faziam futebol e devido à pandemia parou tudo. Para tirar o estresse resolvemos colocá-los para fazer artes marciais. Já fui atleta, eu sei que a disciplina ajuda bastante porque vamos levar para a vida toda, saber respeitar mãe, pai, professor na escola, e manter a ordem dentro de casa”.
“Nesses dois anos e meio que pratico arte marcial eu ganhei novos amigos, experiências novas e condicionamento físico, melhorei na escola, na concentração na hora da aula e respeito com meus colegas. O Jiu-jitsu é uma filosofia de vida que iremos levar pra sempre”, afirma o estudante Alexandre Eduardo, 15 anos, aluno da academia Team Kamal Brazilian Jiu-jitsu.