“A gente já sabe que existe reinfecção, mas as pessoas estão relaxando” diz epidemiologista sobre os novos casos de COVID-19.
Após o Governo do Amapá atualizar o boletim epidemiológico do estado na noite de ontem (22), confirmando 228 novos casos, com 50% deles em Macapá, a prefeitura têm pensado medidas para intensificar as ações de combate ao novo Coronavírus. Em entrevista ao programa Café com Notícia, o médico epidemiologista e membro do Comitê Científico da PMM, Anderson Walter, explicou o trabalho que vem sido desenvolvido pela prefeitura.
Devido a demanda das duas últimas semanas para testagem rápida de assintomáticos, o número de atendimentos aumentou na unidade da Av. Fab, no posto entre as ruas General Rondon e Tiradentes. Para as pessoas que manifestaram sintomas, o atendimento pode ser feito na UBS Lélio Silva, no Novo Buritizal, e no centro covid do bairro Santa Inês , na orla. Nesses locais, o paciente além de receber atendimento médico, tem a oportunidade de realizar os exames necessários para um diagnóstico clínico epidemiológico.
A respeito das constantes dúvidas sobre os anticorpos reagentes, o médico fez a seguinte analogia para explicar o funcionamento do corpo: “O meu corpo vem primeiro com os anticorpos mais rápidos, aqueles soldados da infantaria, e depois que ele tomou conta do terreno, ele deixou a guarnição ali. quem vai na frente para o ataque é o IGM, quem ficou depois da tomada de território é o IGG, e é assim que nosso corpo funciona”.
Ainda sobre a possibilidade de uma imunidade permanente, Dr. Anderson explica que o vírus pode sofrer mutações positivas e a população ficar mais resistente a ele, como em outros casos anteriormente registrado na história das patologias, mas que ainda é cedo para essa afirmação sobre a COVID-19. “O covid vai fazer um ano mês que vem, e muitas das coisas que estamos falando é chute. Eu posso está falando uma coisa agora, que tem amparo da ciência e daqui alguns meses vem 5, 10 trabalhos de uma outra universidade, que derruba o que está sendo falado hoje em cima de um trabalho também científico. O caminho do covid ainda é muito novo pra gente.”
A confirmação de 5 casos de reinfecção no mundo, com a presença do vírus circulante no organismo, serve de alerta à população mundial para a necessidade de se respeitar os protocolos sanitários de segurança. “A gente já sabe que existe reinfecção, mas as pessoas estão relaxando… O Hospital Universitário nunca esteve lotado desde junho, quando foi inaugurado. E agora a UTI tá lotada, então a gente tem que parar pra pensar. Eu sempre penso na frase ‘amai ao próximo como a ti mesmo’, porque o pior não é fechar os estabelecimentos, são pessoas morrerem”, diz ele.
As diferentes manifestações da doença evidenciam os variantes sintomas e com isso, as diferentes formas de tratamento que podem ser estabelecidas para os pacientes, gerenciados pelos profissionais da saúde capacitados para isso. “Não adianta você querer medicar sem antes passar por uma avaliação médica. Então quem tiver com sintomas precisa procurar o Centro Covid. Nós seguimos os protocolos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde. São medidas adotadas por todos os estados e é esse que a gente segue, fazemos os cálculos e colocamos os nossos números ali dentro. É a partir disso que dizemos ‘tá na hora de fechar’ ou ‘não tá na hora de fechar’. Tá sendo seguido normas científicas”.