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Farmacêuticos no Amapá levantam bandeira contra automedicação com pesquisa inédita realizada pelo CFF e Datafolha

Imagem: ilustração

A pesquisa revelou que dos 77% dos brasileiros que utilizou algum tipo de medicamento, 47% se automedicou

No dia 5 de maio é comemorado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Para subsidiar a realização de uma campanha nacional de conscientização sobre o tema, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) realizou, por meio do Instituto Datafolha, uma pesquisa inédita na história dos Conselhos de Farmácia sobre o comportamento dos brasileiros em relação à compra e ao uso de medicamentos. Aqui no Estado, o Conselho Regional de Farmácia do Amapá (CRF-AP) planeja uma grande ação de conscientização e atendimentos de saúde.

Batizada de “Saúde não é Jogo!”, a programação ocorrerá no domingo, 5, a partir de 16h, no Parque no Forte, na Rua Cândido Mendes com a esquina da Avenida Coaracy Nunes, no Centro de Macapá. O CRF-AP reunirá farmacêuticos que farão a abordagem das pessoas com orientação sobre uso correto de medicamentos, acompanhamento farmacoterapêutico, tipagem sanguínea, verificação de pressão arterial, glicemia capilar, testes rápidos HIV/hepatite/sífilis, orientação sobre plantas medicinas, consultas com nutricionista e fisioterapeuta, avaliação com educador físico e massoterapia.

“Todo o país estará realizando ações simultâneas para chamar atenção para os riscos da automedicação, e nós, farmacêuticos aqui do Amapá, estamos engajados para fazer a diferença”, destacou o presidente do CRF-AP, Dr. Márcio Silva.

Pesquisa CFF e Datafolha – Dados inéditos para o País

A constatação principal da pesquisa é a de que o uso de medicamentos sem prescrição é comum a 77% dos brasileiros que se medicaram nos últimos seis meses. Quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês, e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

A pesquisa também constatou uma nova modalidade de automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dosagem receitada. Esse comportamento foi relatado pela maioria dos entrevistados (57%), especialmente homens (60%) e jovens de 16 a 24 anos (69%). A principal alteração na posologia foi a redução da dosagem de pelo menos um dos medicamentos prescritos (37%). O principal motivo alegado foi a sensação de que “o medicamento fez mal” ou “a doença já estava controlada”. Para 17%, o motivo que justificou a atitude foi o custo do medicamento – ele é muito caro.

Foi observado na pesquisa que 22% dos entrevistados utilizaram medicamentos nos últimos seis meses tiveram dúvidas, mesmo em relação aos prescritos, principalmente em quanto à dosagem (volume e tempo) e à alguma contraindicação da bula. O mais grave é que cerca de um terço desses não procurou esclarecer as dúvidas e, desses, a maioria parou de usar o medicamento.
Depois do médico, a internet e a bula são as principais fontes de informação para sanar dúvidas relacionadas ao uso de medicamentos. Os farmacêuticos (que prescreveram ou dispensaram o medicamento) foram citados por apenas 6% dos entrevistados.

Ainda em relação ao uso de medicamentos sem prescrição, a frequência da automedicação é maior entre o público feminino. Mais da metade das entrevistadas (53%) informaram utilizar medicamento por conta própria pelo menos uma vez ao mês.

Os mais conscientes em relação à importância de se orientar com um profissional da saúde antes de usar qualquer medicamento são os moradores da região Sul, seguida da Região Norte onde 29% dos entrevistados declaram não utilizar medicamentos por conta própria, sem prescrição.
A maioria das pessoas entrevistadas afirmou que se automedica quando já usou o mesmo medicamento antes (61%). A facilidade de acesso ao medicamento foi outro fator determinante, principalmente entre o público jovem, de 16 a 24 anos (70%).

Preocupa o fato de os familiares, amigos e vizinhos foram citados como os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição nos últimos seis meses (25%), embora as farmácias tenham sido a segunda fonte de informação e indicação. Foram citadas por 21% dos entrevistados.

“Vamos trabalhar para que a população entenda que ela tem, ao seu alcance, nas farmácias, o profissional com a maior expertise em medicamentos. Os farmacêuticos estão autorizados a prescrever os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e é mais seguro contar com o auxílio desses profissionais do que utilizar medicamentos por conta própria”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.

Medicamentos mais usados

Na pesquisa, foram levantados, também, os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses e surpreendeu o alto índice de utilização de antibióticos (42%), que somente foram superados pelos analgésicos e antitérmicos (50%). Em terceiro lugar ficaram os relaxantes musculares (24%). O uso de antibióticos foi maior nas regiões Norte/Centro-Oeste (50%). Os medicamentos utilizados nos últimos seis meses com prescrição, em sua maioria, foram indicados pelos médicos (69%), mas a prescrição farmacêutica, regulada pelo Conselho Federal da Farmácia (CFF) em 2013, a partir da publicação da Resolução/CFF n° 586/2013, foi citada por 5% dos entrevistados.

Aquisição dos medicamentos

A maioria dos brasileiros (88%) compra os medicamentos que utiliza, sendo que 30% conseguem os medicamentos na rede pública/SUS. A aquisição de medicamentos na rede pública/SUS é maior entre pessoas com mais de 60 anos (50%) e entre moradores da região Sul (41%). Com exceção dos medicamentos para diabetes (insulina, hipoglicemiantes), que têm uma taxa maior de aquisição na rede púbica/ SUS, para todos os demais é mais comum, a compra do produto.

Descarte

A pesquisa apurou também qual é a forma mais usual de descarte dos medicamentos que sobram ou vencem, e 76% dos entrevistados indicaram formas incorretas para a destinação final desses resíduos. Pelos resultados da pesquisa, a maioria da população descarta sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos no lixo comum. Quase 10% afirmaram que jogam os restos no esgoto doméstico (pias, vasos sanitários e tanque.

Metodologia

A pesquisa quantitativa foi realizada com a população brasileira a partir de 16 anos e que utilizou medicamentos nos últimos 6 meses. A coleta de dados foi realizada pelo Datafolha entre os dias 13 e 20 de março de 2019. Com uma amostra de 2074 pessoas, o estudo teve abrangência nacional, incluindo Capitais/regiões metropolitanas e cidades do Interior, de diferentes portes, em todas as Regiões do Brasil. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Por Lílian Guimarães da Comunicação CRF-AP

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